sexta-feira, 8 de julho de 2011

Uma nota sobre Itamar Franco

A morte de Itamar Franco transformou o “provinciano” e “limitado” presidente mineiro num gigante: democrata, salvador da democracia brasileira, criador do plano real e estabilizador da moeda, exemplo de decência e rigor ético.
Esqueceram-se que Itamar nomeou como ministro da cultura o mineiro (Reitor da UFMG, Diretor do BID, doutor em biologia, etc.,etc., depois reitor da Universidade Estadual de Minas Gerais) ridicularizado pelos mesmos que agora elogiam Itamar por afirmar que cultura é a broa de milho. Aluisio vinha recentemente do Japão (em pleno auge econômico) aonde reafirmara a importância da valorização da cultura local. Também nomeara para Ministro da Economia o mineiro Paulo Haddad que apresentou um plano de controle inflacionário muito mais sério que o chamado plano real, mas não tinha a confiança do “mercado”. Itamar desafiou também o mercado quando um jornalista lhe afirmou que sua política não contentava o famoso “mercado”. Itamar lhe respondeu: eu sou presidente do Brasil e não do “mercado”. O mercado ficou louco quando Itamar nomeou uma direção do Banco Central composta de economistas competentes sem nenhuma vinculação com o mercado e conseguiu derrubá-los antes de tomar posse. Sem falar no caso horrível da foliona que conseguiu penetrar “sem calcinha” no camarote oficial, noticia desmoralizadora que percorreu mundo. Enfim: uma vegonhosa campanha de achincalhe com o presidente da república que estava “salvando a democracia” e “estabilizando a moeda” além de ser um exemplo de “comportamento ético”.
Nossa avaliação de Itamar não sofreu estas mudanças tão drásticas. Aqui está uma foto de uma das reuniões dele com o PDT mineiro que lançou sua candidatura a governador de Minas Gerais em 1986. Infelizmente perdemos por pouco a eleição para o governador Newton Cardoso que esqueceu as direrenças e chamou Darcy Ribeiro para criar os CIEPs em Minas Gerais e me pediu para dirigir uma comissão que propôs a criação da Universidade Estadual de Minas Gerais que se viabilizou posteriormente sob a direção do Ministro da Cultura de Itamar que o Brasil teria ganho muito se o tivesse ouvido em vez de dar ouvidos à zombaria imbecil dos meios de comunicação e certos intelectuais do Brasil oligárquico. Lembremo-nos que foi no governo Itamar que o Brasil voltou a fazer cinema, reduzido a quase nada no governo Collor, revalorizou a universidade e restabeleceu a dignidade cultural do Brasil.


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